A COISA

Posted sábado, 30 de abril de 2011 by Vivi Tenorio
Tem mais de 2 meses que eu nao subo em um cavalo. Tem mais de dois meses que eu não me lembro da sensação de soltar o cabelo e galopar, naquele momento de que estou vuando. Aquele momento que parece que sou eu,  meus pensamentos, a natureza, e Deus me protegendo, porque é cada loucura... Caramba, como sinto falta disso...
Não sei bem em que idade aprendi a subir em um cavalo, acho que era bem novinha, e andava no meu Valentinho. Ele era pequeno, marron, tinha uma mancha na barriga, quando eu andava nele parecia que meu estomago ia parar no lugar do pulmão, diferente do meu atual cavalo, nao era confortável andar nele. Mas mesmo assim, eu amava, nao so ao meu cavalo, mas a sensação de andar.
No início achava que o que mais gostava em cavalgar era mesmo cavalgar, hoje, pensando um pouco mais, vi que eram as companhias.
Não é difícil lembra que minha irmã e meus primos quando iam mais longe viviam me deixando para tras, e eu ficava sozinha, com o meu Valentinho, eu dava umas voltas curtas, e sabe, eu me sentia rejeitada pela minha família, de alguma forma isso era muito triste pra mim. Depois eu ia crescendo, e ia amando meu cavalo, eu achava que mesmo quando eu ficava só com ele, era algo super legal, porque eu estava com o MEU cavalo, mesmo nao sendo tao divertido quanto andar com os outros. Mas ao mesmo tempo, eles começavam a aceitar minha companhia, e eu via que o problema nao era bem eu, e sim minha pouca idade, minha imaturidade. Pro que agente fazia, precisava de ser de confiança, se não minha mãe nunca mais deixaria agente sair junto. E foi realmente ai que eu peguei o verdadeiro gosto por andar a cavalo.
Então nao era só andar a cavalo, eram as companhias também, e acho que principalmente. E mesmo eu chegando sempre depois e eles me zuando porque eu era a mais lerda, eu adorava. Mas aquilo era bulling. kkkk' Pouco depois meu cavalo morreu, e eu fiquei muito maguada, mas nada que me impedisse de pegar outro e continuar andando com a galera, nao era so o meu amor pelo cavalo, era por cavalgar e por quem estava comigo.
Pouco tempo depois minha irmã começou a namorar, meus primos apesar de novos a trabalhara , na fazenda mesmo, e eu ficara sem companhias pra dar as minhas voltas. Nisso eu já tinha de novo um MEU cavalo, agora, o Spoleta, que apesar do nome, é macho.kkk' E por amor a andar a cavalo continuei andando, sozinha. Ninguém sabe ao certo onde eu ia, nem eu. Mas eu andava, e nisso conheci alguém, que passou a andar comigo, o que deixou esses momentos hilários, era muito mais que uma simples companhia, mas foi rápido e logo acabou.
Andar a cavalo perdeu muita graça, muita mesmo. Mesmo assim, eu ainda gostava, passei a dar curtas voltas, sozinha.
Não sei bem ao certo, mas acho que no meio do ano passado, eu voltei a andar, e assim, a andar muito, com meu primo Lucas. E era mesmo o máximo, agente mal corria, mas era super legal mesmo, por causa da companhia. Agente dava longas voltas, a passo curto, conversando, contando histórias. Ele me falando sobre as cafasgestagem e eu nos meu delírios romanticos, agente ria, e se aconselhava. E era legal porque agente tinha uma coisa que era nossa, nao so nossa porque agente as vezes tinha companhia, mas mesmo assim, agente nao deixava de falar, agente sabia o que podia ser falado dependendo da companhia. Era realmente muito bom.
Confesso que no início minha família estranhou pacas esse meu lance de me aproximar muito desse meu primo, até porque cá entre nós ele é realmente muito cafajeste, mas eles desencanaram, porque realmente, nao havia nada. Quando agente andava junto, agente conversava muito, eu e meu primo, no msn, o tempo inteiro agente se falava, trocava msg, era muito bom, e eu nao valorizava, apesar deu curti muito, eu realmente nao valorizava.
Hoje agente nao anda mais junto, mal conversa. É incrivel mas quando essa nossa coisa de andar a cavalo junto acabou, parece que a amizade gradualmente foi acabando também. Triste? Não, ele é o meu primo. Acabei de mandar uma mensagem falando que sentia falta disso tudo, e ele já me respondeu que ele também, e sei que a qualquer momento agente vai marca de subir num cavalo e sair, esse é o lado bom de ser da família. Não existe uma separação que não possa ser corrigida, parece que o sangue sempre vai unir depois, algo muito mais forte ligando.
Não me apegando na história com o meu primo, o que eu quero dizer é que com cada pessoa agente tem a coisa, e com cada pessoa é uma coisa, e é exatamente A COISA que faz ela especial em nossas vidas. Retomar a coisa com parente é muito fácil, porque nao sei, mas acho que o sangue nessas horas faz muita diferença.
O fato é que nem todos são parentes, e tem pessoas que você tem que lutar pra manter a coisa, nao pra elas serem especiais na nossa vida, mas pra gente ser especial na delas. Os que não são da família por mais forte que os laços sejam se agente nao tem a coisa, a amizade gradualmente acaba até que ela realmente chegue ao fim. Tem hora que é tao difícil reatar a coisa. Parece que tudo vai contra. Mas na verdade, agente que é babaca, porque deixou a coisa acabar, e quando ve chegando ao fim, se desespera, e não sabe nem mais pra onde correr.
Meu conselho é que você não deixe a coisa se perde principalmente com pessoas que são únicas em nossas vidas.
Outro dia, meu treinador falou pra mim, que eu perco muita bola no vôlei porque eu penso muito. Viajando muito no que ele disse e levando pra vida, nao perca as bolas da sua vida, porque está pensando, simplismente "play the game" e nao deixem as coisas se acabarem, depois, pode nao ter mais volta, e sabe, seja rápido, antes que a bola toque o chão, seja ponto do outro time e a sua equipe fique irritada com você. Essa é a minha dica para mim mesma, escrita entre lágrimas, num momento que a única coisa que sei fazer é pensar.

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